Seguir o caminho dos Salaf é a maneira que foi legislada no Alcorão e na sunnah, as grandes fontes do Islam. O Profeta Muhammad (que Allah possa elevar o seu estatuto e lhe garantir paz) disse para a sua filha Fatimah: “Certamente, eu sou para ti um Salaf abençoado.” [1]
Quando o Profeta (que Allah possa elevar o seu estatuto e lhe garantir paz) foi perguntado qual era a maneira correcta e aceitável de compreender o Islam, ele respondeu dizendo: “Aquilo sobre o qual eu e os meus companheiros estão sobre.” [2]
Semelhantemente, Allah diz no Alcorão que Ele está satisfeito com os Companheiros: “E os que lhes seguiram com benevolência.” [3]
Da mesma forma, Ele disse em respeito ao Profeta (que Allah possa elevar o seu estatuto e lhe garantir paz) e os seus companheiros:
“Então, se eles crerem no mesmo em que vós (i.e. os Salaf) credes, com efeito, guiar-se-ão.” [4]
Todos os estudiosos ortodoxos do Islam seguiram a maneira (ou o caminho) dos Salaf em entender a religião. Estudiosos antigos como Imam al-Awzaa’i, que morreu 157 anos depois da imigração do Profeta para Medina, disse: “Sejam pacientes sobre a Sunnah, e parem onde o povo parou (i.e. os Salaf), e digam o que eles disseram, e privem-se daquilo de que eles se privaram, e sigam o caminho dos Salaf piedosos; pois certamente, suficiente para vós é que aquilo que era suficiente para eles.” [5]
Hoje em dia, uma das escolas Sunni de jurisprudência é nomeada após um estudioso chamado Abu Hanifah. Milhões de Muçulmanos atribuem-se à sua escola de jurisprudência; aqueles cujos quais a média chama “maioria” Muçulmana. Em respeito à aderência à metodologia Salafi, ele disse, “Adere às narrações e ao caminho dos Salaf, e tem cuidado com novos assuntos inventados (na religião, porque tudo disso é inovação.” [6]
Os estudiosos ortodoxos que vierem depois destas gerações anteriores seguiram também o entendimento dos Salaf em matérias religiosas. Imam ath-Thahabi disse: “Foi autenticamente relatado de ad-Daraqutni (um estudioso de aproximadamente 1000 anos atrás) que ele disse: “Não há nada mais desprezado por mim do que ‘ilmul-kalaam (falatória inovada e retórica).” Eu (adh-Thahabi) digo: O homem nunca entrou em ‘ilmul-kalaam, nem ele entrou em argumentação [7] (i.e. filosofia), ele não mergulhava para dentro disso. Pelo contrário, ele era um Salafi (um seguidor dos Salaf).”
Os estudiosos da época presente que se agarram ao entendimento principal do Islam atribuem-se também a eles próprios ao caminho dos Salaf. O Shaykh Saalih al-Fawzaan é considerado ser um dos estudiosos mais sábios que se encontram vivos hoje em dia. Em respeito ao Salafismo, ele fez a seguinte observação: “Não é um partido entre os vários partidos… Visto que o Salafismo é um grupo de pessoas que caminham sobre o caminho dos Salaf, sobre aquilo que o Mensageiro (que Allah eleve o seu estatuto e lhe garanta paz) e os seus Companheiros caminhavam sobre; e não um partido dos grupos contemporâneos presentes hoje em dia.” [9]
A afirmação da média que os Salafis/“Wahhabis” acreditam que todos aqueles que não seguem a forma deles do Islam são pagãos [10] é um conto longo. Os Salafis acreditam que aqueles Muçulmanos que não seguem o entendimento dos Salaf não estão aderindo a estes e outros textos claros. Assim eles não caiem sob o texto Alcorânico mencionado acima sendo “bem-guiados”. Os Salafis fazem distinção entre aqueles que caiem em inovações religiosas e aqueles que caiem em descrença.
Quando considerando as provas que se encontram no Alcorão e na Sunnah e nas afirmações de todos os estudiosos ortodoxos do Islam desde as primeiras gerações até ao tempo presente, torna-se óbvio que é um grande engano da média referir-se ao Salafismo sendo um movimento chamado “Wahhabismo” que apareceu apenas à cerca de dois séculos atrás durante o período de Muhammad ibn Abdul-Wahhab na Arábia Saudita.
“E o que há para além da verdade, senão o descaminho?” [Alcorão 10: 32]
– abreviado do livro: The “Wahhabi” Myth (por James Oliver)